26 de novembro de 2025

O Dia da Democracia.


   Em 25 de Novembro de 1975, Portugal viveu um momento decisivo no seu percurso democrático. Nesse dia, sectores das Forças Armadas, alinhados com a extrema-esquerda, protagonizaram um tentativa de golpe de Estado -incluindo paraquedistas que ocuparam várias bases aéreas- numa fase em que o país ainda se encontrava no turbulento processo revolucionário pós-Revolução dos Cravos, o PREC (“Processo Revolucionário em Curso”). 

  A operação militar moderada, liderada por figuras como Ramalho Eanes, enfrentou e travou esse golpe, defendendo a normalização institucional e abrindo caminho para a consolidação de uma democracia pluralista. Para muitos historiadores, o 25 de Novembro é visto como o fim simbólico do PREC e o início de uma estabilização política que levou à promulgação de uma nova Constituição em Abril de 1976.

  Quanto a mim, faz todo o sentido que se assinale esta efeméride. Sem o 25 de Novembro, Portugal não seria o que é hoje, ou pelo menos não o teria sido. Pelo meio teríamos tido uma ditadura marxista-leninista ou uma intervenção estrangeira da NATO para a impedir. O caos, em suma. Se o 25 de Abril foi o Dia da Liberdade, o 25 de Novembro foi o Dia da Democracia.


21 de novembro de 2025

O voto emigrante.


   Há dias, o Governo lançou uma campanha com um jogador de futebol internacional português e a sua namorada para combater o abstencionismo do voto dos emigrantes nas eleições presidenciais. Não seria mais fácil e útil, digo eu, mudar o sistema eleitoral, pelo menos no que diz respeito ao voto dos emigrantes? É que eu sou emigrante, e caso não saibam, nós, emigrantes, nas presidenciais não podemos votar pelo correio. Pois é. Nas legislativas, sim. Ou seja, se quisermos escolher o nosso Presidente da República, como qualquer cidadão português, temos de ir a uma representação diplomática portuguesa, aquela em que estamos recenseados. Para muitos emigrantes, podem ser centenas de quilómetros. No meu caso, são mais de 200 km. Valerá a pena? Não, claro que não. É muita hipocrisia, de facto.

15 de novembro de 2025

Vidas frustradas, sonhos frustrados.


   Quando vejo tipos de 30, 40 e 50 e tal anos a acumular múltiplos relacionamentos ao longo dos anos, apercebo-me do quão sortudo sou em ter um marido/companheiro fora do dito mundo gay; uma pessoa que me ama, me estima e me cuida. Sou mesmo muito feliz com a pessoa que tenho. Não tem um corpo de sonho (como eu não tenho), mas tem um coração que vale por tudo. Tive mesmo muita sorte, e se a tive, é porque o mereço. Tenho pena desses que andam por aí de cama em cama, com amores “para toda a vida”, e que não saem da cepa torta. Que infelizes serão. E que Deus tenha misericórdia deles.

21 de outubro de 2025

Catequese.


   No dia 30 deste mês, começo a catequese. Eu sei, não é comum. Geralmente, frequentamos a catequese na infância. Os meus pais, porém, apesar de serem católicos, não praticavam. Eu fui baptizado, e só. Não fiz os demais sacramentos. E também nunca antes pensara nisso. Mas recentemente comecei a pensar, e cheguei à conclusão de que é algo que gostaria de ter feito, e que não fiz, e que posso fazer agora. Chama-se catecumenado de adultos. Existe aqui na paróquia onde vivo. Falei com o padre e inscrevi-me. O objectivo é fazer a Primeira Comunhão e o Crisma, para poder participar na Eucaristia plenamente (comungando). Estou feliz por ir fazer a catequese.