7 de outubro de 2025

Braga.

 

   No fim-de-semana passado estive em Braga, pela primeira vez, e adorei a cidade.

  Não admira que seja a cidade dos padres, como se costuma dizer.

   Tem uma igreja em cada esquina.


A Sé de Braga


  Pareceu-me ser uma cidade jovem, dinâmica, bastante povoada, com imenso para ver.


Jardim de Santa Bárbara 

  No sábado explorámo-la: o centro histórico, a Sé (onde repousam os pais de Dom Afonso Henriques), algumas capelas, e um extraordinário jardim (de Santa Bárbara).


Túmulo de Dona Teresa de Leão 

   O domingo, reservámo-lo para o Santuário do Bom Jesus (não podia faltar) e para o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro (a 2 km do primeiro).


Santuário do Bom Jesus do Monte


   Se não conhecem Braga, aproveitem, que merece a pena.


30 de setembro de 2025

O Elevador da Glória.


   Foi no nosso segundo dia de férias. Tínhamos acabado de chegar a Fuerteventura quando o M. me disse: “Houbo un accidente en Lisboa”. Quando soube, nem quis acreditar. Que tragédia, meu Deus. Dezasseis ou dezassete mortos e vários feridos. Um cenário surreal numa cidade tão turística como Lisboa. Erros e falhas na manutenção de um dos ícones da capital. Será que a responsabilidade vai morrer solteira uma vez mais? A julgar pela forma como a comunicação social se esqueceu do assunto, não me admiraria.

18 de setembro de 2025

As férias.


   Olá, como estão? Pela primeira vez em anos, passam-se semanas sem vir ao blogue e sem me lembrar disto. Ando aqui a fazer uma força enorme para não deixar o estaminé morrer, mas realmente não há vontade nenhuma. Não há nada que me puxe para vir aqui. Estímulo. 

     Bom, adiante. Vim de férias. Estive em Vinhais, no norte do país, dois dias, e depois estive em Fuerteventura durante duas semanas, a conhecer a ilha, a fazer praia, piscina, essas coisas de que gosto tanto. Espero que por aí esteja tudo bem. Foi só mesmo uma passagem de médico para publicar quatro palavras.

26 de agosto de 2025

Os alfaiates da democracia.


   Em Lisboa, o Palácio Ratton não costura vestidos, mas corta leis. Com tesoura invisível e linha jurídica, os senhores da toga ajustam a bainha da República. E, tal como um alfaiate que decide que o cliente fica melhor sem mangas, podem devolver ao Parlamento uma lei cuidadosamente cosida… agora reduzida a trapos.

   Nos Estados Unidos, este ofício é velho. Lá, nove alfaiates supremos, vitalícios e bem pagos, reparam há muito tempo que a Constituição é um tecido elástico: estica quando convém, encolhe quando muda o vento. Um dia cabe um direito ao aborto; noutro, já não. É a magia da interpretação, essa arte discreta de mudar o mundo sem sujar as mãos de votos.

   Portugal sempre teve menos paciência para estas alfaiatarias. Mas o veto à lei dos estrangeiros mostrou que também por cá se faz alta-costura política. A maioria parlamentar quis alargar a roupa da cidadania; os juízes apertaram-na. Tecnicamente, a peça tinha defeito. Politicamente, foi um ajuste que alterou o modelo inteiro.

   Chamam a isto judicialização da política; quando a passadeira do poder passa pela sala de audiências. É um desfile peculiar: os deputados são modelos de ocasião, desfilam com as suas leis novas, e no fim os juízes decidem se o corte está dentro das tendências constitucionais.

   A democracia veste-se de preto e jura que é apenas guarda-roupa. Mas quando os alfaiates começam a ditar a moda, é caso para perguntar: quem manda, afinal? O povo que escolhe os tecidos ou os juízes que decidem se a saia é demasiado curta?